Pyotr Ilyich
Tchaikovsky's symphonic poem Francesca da Rimini: Symphonic Fantasy
after Dante, Op. 32, was composed in fewer than three weeks during his visit
to Bayreuth in the autumn of 1876. It is dedicated to his friend and
former pupil Sergei Taneyev. In this fantasia, Tchaikovsky presents a
symphonic interpretation of the tragic tale of Francesca da Rimini, a
beauty who was immortalized in Dante's Divine Comedy. In the
fifth canto of Inferno, Dante the narrator meets the shade of
Francesca da Rimini, a noblewoman who fell in love with the brother of her
cruel husband. After the lovers were discovered and killed in revenge by the
husband, they were condemned to Hell for their adulterous passions.
In their damnation, the lovers are trapped together in a violent storm, whirled
through the air around the second circle of Hell, never to touch the ground
again. They are tormented most of all by the ineradicable memory of the joys
and pleasures of the embraces they shared in life.
In writing Francesca da Rimini,
Tchaikovsky expressed a poignant identification with the heroine and her tragic
fate, a sympathy which was also dramatically evoked in
his ballet Swan Lake and the Romeo and
Juliet Fantasy-Overture. This symphonic poem, perhaps more than any other
of Tchaikovsky's works, shows the possible influence of Franz Liszt, both
musically and in terms of subject matter, and Richard Wagner, whose music
dramas Tchaikovsky had traveled to Bayreuth to review. Liszt frequently chose
subjects of a Gothic, diabolical nature:
the Totentanz (1849), Sonata Après une lecture de
Dante (1856), and Dante Symphony (1857) are cases in point.
Tchaikovsky's use of swirling chromaticism in the depiction of the
winds of the second circle of Hell also resembles Liszt, as well as Edvard
Grieg's depiction of a stormy evening in his incidental music to Act V of
the play Peer Gynt . As for Wagner, while Tchaikovsky generally did
not care for his work, he freely acknowledged its influence
on Francesca to Taneyev. The piece has a duration of around 25
minutes.
This symphonic poem has basically three parts, with a
small introduction. In the introduction the basses and the wind section of the
orchestra open in dark tones suggesting the beginning
of Dante's Inferno, where the author is astray from the right path
into somber woods. As the music continues into the first section, the horror
felt by Dante is portrayed in the music as he walks in deeper and deeper into
the first circles of Hell. In the second section, the tempo picks up, the
narrative takes the audience into the second circle, where Dante finds, amongst
others – such as Tristan and Isolde -, Paolo Malatesta and Francesca da Rimini
(née da Polenta) trapped together in a violent storm, whirled through the air
around, violently crushed against ragged stone walls for eternity. In the third
section, the music subsides, depicting Dante's request to speak with the doomed
lovers (depicted by a solo clarinet), who recount their story of how Francesca
was unwittingly married by proxy to Gianciotto Malatesta, Paolo's older, cruel
and unattractive brother; the music continues to depict how they were unable to
resist their fleshly attraction for each other and succumbed to their passion
while reading a passage of the story of Queen Guinevere and
Sir Lancelot [another pair of equally doomed lovers], depicted by the
wind section supported by the strings in the moments of highest passion. The
music also depicts the moment of their murder at the hands of Gianciotto,
depicted by fast playing bassi and cymbals, followed by sombre
horns in a requiem like theme. After their tale is over, the final section
starts, depicting the eternal punishment that continues once more, leaving
Dante (and the audience) in a state of shock depicted by the
ominous tutti of the orchestra.
FRANCESCA DA RIMINI, DE
TCHAIKOVSKY
O poema sinfônico de
Pyotr Ilyich Tchaikovsky, Francesca da
Rimini: Fantasia Sinfônica após Dante, op. 32, foi composto em menos de três
semanas durante sua visita a Bayreuth, no outono de 1876, dedicado ao seu amigo
e ex-aluno Sergei Taneyev. Nesta fantasia, Tchaikovsky apresenta uma
interpretação sinfônica da trágica história de Francesca da Rimini, uma beleza imortalizada
na Divina Comédia de Dante Alighieri.
No Canto V do Inferno, Dante, o narrador, encontra a sombra de Francesca da Rimini,
uma nobre que se apaixonara pelo irmão de seu marido cruel. Depois que os
amantes foram flagrados e mortos por vingança pelo marido, eles foram para o
inferno devido à sua paixão adúltera. Nessa condenação, os amantes permanecem juntos
e presos, em uma violenta tempestade, girando ao redor do segundo círculo do
Inferno sem nunca tocar o chão. Sentem-se profundamente atormentados pela
memória das alegrias e dos prazeres nos abraços que compartilharam em vida.
Ao escrever Francesca da Rimini, Tchaikovsky
expressou uma pungente identificação com a heroína e seu trágico destino, uma
simpatia que também foi dramaticamente evocada em seu balé O Lago dos Cisnes e a Abertura-Fantasia de Romeu e Julieta. Este poema sinfônico, talvez mais do que qualquer
outro dos trabalhos de Tchaikovsky, mostra a possível influência de Franz
Liszt, tanto musicalmente quanto em tema, e Richard Wagner, cujos dramas
musicais ele viajou a Bayreuth para revisar. Frequentemente, Liszt escolheu
temas de natureza gótica e diabólica: Totentanz
(1849), Sonata après une lecture de Dante (1856) e Dante Symphony (1857) são alguns exemplos. O uso que Tchaikovsky
faz do cromatismo rodopiante na representação dos ventos do segundo círculo do
Inferno também se assemelha a Liszt, assim como a representação de Edvard Grieg
de uma noite tempestuosa em sua música incidental no Ato V em Peer Gynt. Quanto a Wagner, embora
Tchaikovsky em geral não se importasse com o trabalho do compositor alemão, reconheceu
sua influência sobre Francesca a Taneyev. A peça tem duração de cerca de
25 minutos.
Este poema sinfônico tem
basicamente três partes, com uma pequena introdução. Na introdução, os baixos e
a parte de vento da orquestra se abrem em tons escuros, sugerindo o início do
Inferno de Dante, onde o autor se desviou do caminho certo indo para bosques
sombrios. Enquanto a música continua na primeira parte, o horror sentido por
Dante é retratado na música enquanto ele penetra cada vez mais nos primeiros
círculos do Inferno. Na segunda parte, o ritmo aumenta, a narrativa leva o
público ao segundo círculo, onde Dante encontra, entre outros – como Tristão e
Isolda –, Paolo Malatesta e Francesca da Rimini (sobrenome de solteira, da
Polenta) presos, juntos, em uma violenta tempestade, girando no ar, oprimida
por paredes de pedra por toda a eternidade. Na terceira parte, a música
desaparece, retratando o pedido de Dante para conversar com os amantes
condenados (representado por um solo de clarineta), que contam sua história de
como Francesca foi casada contra a sua vontade com Gianciotto Malatesta, irmão
mais velho e cruel, sem os atrativos de Paolo; a música continua a descrever
como se sentiram incapazes de resistir à atração carnal um pelo outro e
sucumbiram à paixão enquanto liam um trecho da história da rainha Guinevere e
Sir Lancelot [outro par de amantes igualmente condenados], retratada pela parte
de instrumentos de sopro apoiados pelas cordas nos momentos mais intensos. A
música também retrata o momento de seu assassinato pelas mãos de Gianciotto,
representado por baixos e címbalos, seguidos por trompas sombrias num réquiem.
Depois que a história termina, começa a parte final, descrevendo o castigo eterno,
deixando Dante (e o público) em estado de choque, descritos pelos sons de toda
a orquestra.
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