segunda-feira, 3 de abril de 2017

Francesca da Rimini ou O Beijo, de Rodin



The Kiss (in French, Le Baiser) is an 1889 marble sculpture by the French sculptor Auguste Rodin. The embracing couple depicted in the sculpture appeared originally as part of a group of reliefs decorating Rodin's monumental bronze portal The Gates of Hell, commissioned for a planned museum of art in Paris. The couple were later removed from the Gates and replaced with another pair of lovers located on the smaller right-hand column.

The sculpture, The Kiss, was originally titled Francesca da Rimini, as it depicts the 13th-century Italian noblewoman immortalized in Dante's Inferno (Circle 2, Canto 5) who falls in love with her husband Giovanni Malatesta's younger brother Paolo. Having fallen in love while reading the story of Lancelot and Guinevere, the couple is discovered and killed by Francesca's husband. In the sculpture, the book can be seen in Paolo's hand. The lovers' lips do not actually touch in the sculpture, suggesting that they were interrupted and met their demise without their lips ever having touched.


When critics first saw the sculpture in 1887, they suggested the less specific title Le Baiser (The Kiss). Rodin indicated that his approach to sculpting women was of homage to them and their bodies, not just submitting to men but as full partners in ardor. The consequent eroticism in the sculpture made it controversial. A bronze version of The Kiss (74 centimeters (29 inches high) was sent for display at the 1893 World’s Columbian Exposition in Chicago. The sculpture was considered unsuitable for general display and relegated to an inner chamber with admission only by personal application.

FRANCESCA DA RIMINI OU O BEIJO, DE RODIN


O Beijo (em francês, Le Baiser) é uma escultura em mármore de 1889 do escultor francês Auguste Rodin. O casal envolvente retratado na escultura apareceu originalmente como parte de um grupo de relevos que decoram o monumental portal de bronze de Rodin, O Portão do Inferno, encomendado para um museu de arte em Paris. A estátua do casal foi depois removida do portão e substituída por outra localizada na parte inferior da coluna à direita.

A escultura havia sido originalmente intitulada “Francesca da Rimini”, pois retrata a nobre italiana do século XIII imortalizada no Inferno de Dante (Círculo 2, Canto 5) que se apaixona pelo irmão mais novo de seu marido, Paolo Malatesta. Ao se apaixonarem lendo a história de amor de Lancelot e Guinevere, o casal foi flagrado e assassinado por Giovanni, marido de Francesca. Na escultura, o livro pode ser visto sob a mão esquerda de Paolo. Os lábios dos amantes mal se tocam, sugerindo que foram interrompidos e encontraram seu fim sem que seus lábios tivessem se tocado.


Quando os críticos viram a escultura pela primeira vez, em 1887, sugeriram o título menos específico. Rodin indicou que sua abordagem para esculpir mulheres era uma homenagem a elas e seus corpos, não apenas submissas aos homens, mas como parceiras plenas de ardor. O consequente erotismo da escultura tornou-a controversa. Uma versão em bronze de O Beijo (com 74 cm de altura) foi enviada para a Exposição Mundial de 1893, em Chicago. A escultura foi considerada inadequada para exibição pública e restrita a uma sala interna com admissão apenas por meio de inscrição individual.

Francesca da Rimini ou O Beijo




I

Amor nasce do engano
Ao trocar um pelo outro:
Quando pensamos tê-lo,
Outro se apresenta.
Amor, esse doce enlevo,
Tira-nos os pés do chão,
E deixa a cabeça a sonhar,
Leva-nos em direção contrária
À que deveríamos seguir.
Amor – esse mal transformado em bem –
Trai-nos antes de trair.
Eu fui a seduzida, não a que seduziu.
Por um enlevo de amor fui atraída
E traída pelo meu próprio amor.

3/04/2017 – 20h46

II

O espírito não ama a carne.
Quem amo não é meu amor.
Meu amor me segue, mas não me vê.
Sou invisível para ele e, ele, para mim.
O que é o amor senão algo maior que eu?
Segue-me com o olhar, mas suas mãos não me tocam.
Amor não escolhe os filhos, nem a quem amar.
Amor se dá sem ver e tudo que busquei foi o amor.
Se não fui até ele, o amor me encontrou,
E me fez escrava de seus segredos.
A quem diria quem eu amava?
Quem vivia como eu?
Se alguém não escolhe o amor,
O amor escolhe o seu par.

4/04/2017 – 12h34

III

Obscuro é o mesmo amor que ilumina.
Suas dobras, sombras e laços
Escondem um lado que se entrevê de sobressalto.
Esta é a mesma ânsia do amor: tudo ver,
Tudo saber, tudo ter de uma só vez,
Como se os corpos contivessem o infinito.
Os corpos não podem conter tanto amor,
Por isso tornam a se amar
Numa febre insaciável.
Os beijos se aproximam
Como margens de um mesmo rio.
E, na sofreguidão que vivem,
O tempo passa sem que eles sintam.

19/04/2017 – 10h30

IV

Minha fragilidade é minha força.
Ao mesmo tempo que me dou, tomo de volta
Teu olhar e tua mão ao roçar meu braço.
Detenho-me ao ouvir teu riso
A soar nos ares como trinado de pássaros.
As árvores sibilam ao vento, enquanto te espero,
E se vestem de luar para clarear meus olhos.
Andas à minha volta à minha espera.
Quem sou para ti, que não caibo em mim?
Que fontes repetem teu nome?
Que saudades sinto que nem eu sei?
Meu sangue tinge as romãs,
E meus olhos veem o céu acima de tua cabeça.
Sou tua frágil amada à tua espera.

19/04/2017 – 17h56

V

Acordo de sonhos desfeitos,
Tu e eu, à volta da árvore,
Onde nos beijamos.
Foi este nosso pecado?
Como água para aplacar a sede,
Busco a fonte em teus lábios.
Só tu me sacias a ânsia
Deste amor à beira do precipício.
Na ponta de teus dedos,
Encontro o carinho que procuro.
Em minhas mãos, acolho-te inteiro
Num leito de sedas brancas.
Vivemos até que o amor acabe,
Ou ponha um fim ao nosso amor.

19/04/2017 – 21h34 

VI

O amor me conduziu por uma longa estrada.
Levou-me a Rimini, onde desposei Giovanni,
Que, embora culto, era manco
E não se importava comigo.
Minha beleza de nada lhe valia:
Eu era apenas um adereço de sua riqueza.
Nasci em Ravena, e meu pai me deu
Em casamento ao completar vinte anos.
Mal eu sabia do meu tormento e martírio,
Quando, ao chegar, fui recebida por Paolo,
Seu irmão, que se desmanchou em mesuras,
Amando-me desde aquele instante.
Que desventuras me trouxe o amor!
Em que abismos me lancei por amor! 

20/04/2017 – 19h22

VII

Duas famílias em guerra selaram um tratado de paz,
Um casamento celebrado às cegas,
E minha vida entregue ao senhor de Rimini.
Aceitei o inaceitável e o destino me cobrou:
“O que se dá de graça, custa caro ao ser pago”.
Joguete de grandes forças,
O amor se moveu para me salvar.
O que eu não podia ter em vida, 
Passei a desejar na morte: 
Assim teria o que me foi negado. 
“Não se pode negar o amor aos que se amam”.
Arrebatou-me, seduzindo-me com palavras,
E, ao lermos sobre Lancelot e Guinevere,
Paolo me beijou os lábios lívidos de espanto. 

21/04/2017 – 15h45

VIII

Dido e Enéas, Marco Antônio e Cleópatra,
Helena e Páris, Tristão e Isolda,
Que se entregaram à paixão e à luxúria,
Vivem no Segundo Círculo do Inferno,
Onde Dante e Virgílio me encontraram.
A espada nos atravessou e uniu-nos 
Num só corpo que gira no vento eterno.
Eis o que o amor fez por capricho:
Levou-nos por caminhos obscuros
Lançando-nos no fundo da perdição.
De lá, ergo o rosto para chamar meu amado, 
Que clama por mim, e eu respondo
Com o mesmo amor que senti em vida:
A breve vida de um grande amor.

21/04/2017 – 16h10

IX

Segui-te em ventura e recebi de ti o primeiro beijo.
Tu não eras senão aquele que me amou por mim mesma.
Sou a senhora das trevas, que viveu este amor
Em segredo. Quem sou eu, senão uma pecadora?
Quem sou, senão aquela que viu o amor chegar
E dele não se afastou?
Cruzei as ruas embandeiradas, o povo a bradar
O nome que me deram ao nascer.
Para isso vivi: amar a noite e entregar-me a ela,
Servir-te para que me sirvas,
Tornar-me livre, pois só o amor
Contém todas as respostas que busco.
Te tornaste meu quando me conheceste.
Te conheci para me tornares o teu amor.

18/06/2017 – 15h55

X

Sou Francesca da Rimini.
Casei-me a mando de meu pai
Com um homem sem amá-lo. 
Chorei por noites a fio, até vir seu irmão
Em meu auxílio, dizendo-me para não desesperar.
Tamanha beleza não merece tanto sofrimento, 
Ele disse, e tudo faria para me consolar.
Trouxe-me um livro para lermos juntos
E, daquelas palavras, nasceu nosso amor.
O que buscamos veio ao nosso encontro.
O amor está sempre à espreita.
E, dessa busca, surgiu o beijo,
O mesmo que selou nosso destino
E, por causa dele, ceifou nossa vida.


18/06/2017 – 16h03 
Thereza Christina Rocque da Motta
(inéditos) 



Francesca da Rimini, poema sinfônico de Tchaikovsky

Pyotr Ilyich Tchaikovsky's symphonic poem Francesca da Rimini: Symphonic Fantasy after Dante, Op. 32, was composed in fewer than three weeks during his visit to Bayreuth in the autumn of 1876. It is dedicated to his friend and former pupil Sergei Taneyev. In this fantasia, Tchaikovsky presents a symphonic interpretation of the tragic tale of Francesca da Rimini, a beauty who was immortalized in Dante's Divine Comedy. In the fifth canto of Inferno, Dante the narrator meets the shade of Francesca da Rimini, a noblewoman who fell in love with the brother of her cruel husband. After the lovers were discovered and killed in revenge by the husband, they were condemned to Hell for their adulterous passions. In their damnation, the lovers are trapped together in a violent storm, whirled through the air around the second circle of Hell, never to touch the ground again. They are tormented most of all by the ineradicable memory of the joys and pleasures of the embraces they shared in life.

In writing Francesca da Rimini, Tchaikovsky expressed a poignant identification with the heroine and her tragic fate, a sympathy which was also dramatically evoked in his ballet Swan Lake and the Romeo and Juliet Fantasy-Overture. This symphonic poem, perhaps more than any other of Tchaikovsky's works, shows the possible influence of Franz Liszt, both musically and in terms of subject matter, and Richard Wagner, whose music dramas Tchaikovsky had traveled to Bayreuth to review. Liszt frequently chose subjects of a Gothic, diabolical nature: the Totentanz (1849), Sonata Après une lecture de Dante (1856), and Dante Symphony (1857) are cases in point. Tchaikovsky's use of swirling chromaticism in the depiction of the winds of the second circle of Hell also resembles Liszt, as well as Edvard Grieg's depiction of a stormy evening in his incidental music to Act V of the play Peer Gynt . As for Wagner, while Tchaikovsky generally did not care for his work, he freely acknowledged its influence on Francesca to Taneyev. The piece has a duration of around 25 minutes.

This symphonic poem has basically three parts, with a small introduction. In the introduction the basses and the wind section of the orchestra open in dark tones suggesting the beginning of Dante's Inferno, where the author is astray from the right path into somber woods. As the music continues into the first section, the horror felt by Dante is portrayed in the music as he walks in deeper and deeper into the first circles of Hell. In the second section, the tempo picks up, the narrative takes the audience into the second circle, where Dante finds, amongst others – such as Tristan and Isolde -, Paolo Malatesta and Francesca da Rimini (née da Polenta) trapped together in a violent storm, whirled through the air around, violently crushed against ragged stone walls for eternity. In the third section, the music subsides, depicting Dante's request to speak with the doomed lovers (depicted by a solo clarinet), who recount their story of how Francesca was unwittingly married by proxy to Gianciotto Malatesta, Paolo's older, cruel and unattractive brother; the music continues to depict how they were unable to resist their fleshly attraction for each other and succumbed to their passion while reading a passage of the story of Queen Guinevere and Sir Lancelot [another pair of equally doomed lovers], depicted by the wind section supported by the strings in the moments of highest passion. The music also depicts the moment of their murder at the hands of Gianciotto, depicted by fast playing bassi and cymbals, followed by sombre horns in a requiem like theme. After their tale is over, the final section starts, depicting the eternal punishment that continues once more, leaving Dante (and the audience) in a state of shock depicted by the ominous tutti of the orchestra.



FRANCESCA DA RIMINI, DE TCHAIKOVSKY

O poema sinfônico de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, Francesca da Rimini: Fantasia Sinfônica após Dante, op. 32, foi composto em menos de três semanas durante sua visita a Bayreuth, no outono de 1876, dedicado ao seu amigo e ex-aluno Sergei Taneyev. Nesta fantasia, Tchaikovsky apresenta uma interpretação sinfônica da trágica história de Francesca da Rimini, uma beleza imortalizada na Divina Comédia de Dante Alighieri. No Canto V do Inferno, Dante, o narrador, encontra a sombra de Francesca da Rimini, uma nobre que se apaixonara pelo irmão de seu marido cruel. Depois que os amantes foram flagrados e mortos por vingança pelo marido, eles foram para o inferno devido à sua paixão adúltera. Nessa condenação, os amantes permanecem juntos e presos, em uma violenta tempestade, girando ao redor do segundo círculo do Inferno sem nunca tocar o chão. Sentem-se profundamente atormentados pela memória das alegrias e dos prazeres nos abraços que compartilharam em vida.

Ao escrever Francesca da Rimini, Tchaikovsky expressou uma pungente identificação com a heroína e seu trágico destino, uma simpatia que também foi dramaticamente evocada em seu balé O Lago dos Cisnes e a Abertura-Fantasia de Romeu e Julieta. Este poema sinfônico, talvez mais do que qualquer outro dos trabalhos de Tchaikovsky, mostra a possível influência de Franz Liszt, tanto musicalmente quanto em tema, e Richard Wagner, cujos dramas musicais ele viajou a Bayreuth para revisar. Frequentemente, Liszt escolheu temas de natureza gótica e diabólica: Totentanz (1849), Sonata après une lecture de Dante (1856) e Dante Symphony (1857) são alguns exemplos. O uso que Tchaikovsky faz do cromatismo rodopiante na representação dos ventos do segundo círculo do Inferno também se assemelha a Liszt, assim como a representação de Edvard Grieg de uma noite tempestuosa em sua música incidental no Ato V em Peer Gynt. Quanto a Wagner, embora Tchaikovsky em geral não se importasse com o trabalho do compositor alemão, reconheceu sua influência sobre Francesca a Taneyev. A peça tem duração de cerca de 25 minutos.

Este poema sinfônico tem basicamente três partes, com uma pequena introdução. Na introdução, os baixos e a parte de vento da orquestra se abrem em tons escuros, sugerindo o início do Inferno de Dante, onde o autor se desviou do caminho certo indo para bosques sombrios. Enquanto a música continua na primeira parte, o horror sentido por Dante é retratado na música enquanto ele penetra cada vez mais nos primeiros círculos do Inferno. Na segunda parte, o ritmo aumenta, a narrativa leva o público ao segundo círculo, onde Dante encontra, entre outros – como Tristão e Isolda –, Paolo Malatesta e Francesca da Rimini (sobrenome de solteira, da Polenta) presos, juntos, em uma violenta tempestade, girando no ar, oprimida por paredes de pedra por toda a eternidade. Na terceira parte, a música desaparece, retratando o pedido de Dante para conversar com os amantes condenados (representado por um solo de clarineta), que contam sua história de como Francesca foi casada contra a sua vontade com Gianciotto Malatesta, irmão mais velho e cruel, sem os atrativos de Paolo; a música continua a descrever como se sentiram incapazes de resistir à atração carnal um pelo outro e sucumbiram à paixão enquanto liam um trecho da história da rainha Guinevere e Sir Lancelot [outro par de amantes igualmente condenados], retratada pela parte de instrumentos de sopro apoiados pelas cordas nos momentos mais intensos. A música também retrata o momento de seu assassinato pelas mãos de Gianciotto, representado por baixos e címbalos, seguidos por trompas sombrias num réquiem. Depois que a história termina, começa a parte final, descrevendo o castigo eterno, deixando Dante (e o público) em estado de choque, descritos pelos sons de toda a orquestra.

Francesca da Rimini em A Divina Comédia

Francesca da Rimini (Gustave Doré) 
in Inferno (A Divina Comédia), de Dante Alighieri


Francesca da Rimini or Francesca da Polenta (1255–ca.1285) was the daughter of Guido da Polenta, lord of Ravenna. She was a historical contemporary of Dante Alighieri, who portrayed her as a character in the Divine Comedy.

Life and death

Daughter of Guido I da Polenta of Ravenna, Francesca was wedded in or around 1275 to the brave, yet crippled Giovanni Malatesta (also called Gianciotto or “Giovanni the Lame”), son of Malatesta da Verucchio, lord of Rimini. The marriage was a political one; Guido had been at war with the Malatesta family, and the marriage of his daughter to Giovanni was a way to solidify the peace that had been negotiated between the Malatesta and the Polenta families. While in Rimini, she fell in love with Giovanni’s younger (and still hale) brother, Paolo. Though Paolo too was married, they managed to carry on an affair for some ten years, until Giovanni ultimately surprised them in Francesca’s bedroom sometime between 1283 and 1286, killing them both.

In Inferno

In the first volume of "The Divine Comedy", Dante and Virgil meet Francesca and her lover Paolo in the second circle of hell, reserved for the lustful. Here, the couple is trapped in an eternal whirlwind, doomed to be forever swept through the air just as they allowed themselves to be swept away by their passions. Dante calls out to the lovers, who are compelled to briefly pause before him, and he speaks with Francesca. She obliquely states a few of the details of her life and her death, and Dante, apparently familiar with her story, correctly identifies her by name. He asks her what led to her and Paolo’s damnation, and Francesca’s story strikes such a chord within Dante that he faints out of pity.

Reception after Dante

In the years following Dante’s portrayal of Francesca, legends about Francesca began to crop up. Chief among them was one put forth by poet Giovanni Boccaccio in his commentary on “The Divine Comedy”, Esposizioni sopra la Comedia di Dante. He stated that Francesca had been tricked into marrying Giovanni with Paolo as a proxy. Guido, fearing that Francesca would never agree to marry the crippled Giovanni, had supposedly sent for the much more handsome Paolo in Giovanni’s stead. It was not until the morning after the wedding that Francesca discovered the deception. This version of events, however, is very likely a fabrication. It would have been nearly impossible for Francesca not to know who both Giovanni and Paolo were, and to whom Paolo was already married, given the dealings the brothers had had with Ravenna and Francesca’s family. In addition, Boccaccio was born in 1313, some 27 years after Francesca’s death, and while many Dante commentators after Boccaccio echoed his version of events, none before him had mentioned anything similar. In the 19th century, the story of Paolo and Francesca inspired numerous theatrical, operatic and symphonic adaptations.

Second Circle (Lust)

In this circle, Dante sees Semiramis, Dido, Cleopatra, Helen of Troy, Paris, Achilles, Tristan, and many others who were overcome by sexual love during their life. Dante comes across Francesca da Rimini, who married the deformed Giovanni Malatesta (also known as “Gianciotto”) for political purposes but fell in love with his younger brother Paolo Malatesta; the two began to carry on an adulterous affair. Sometime between 1283 and 1286, Giovanni surprised them together in Francesca’s bedroom and violently stabbed them both to death. Francesca explains:

Love, which in gentlest hearts will soonest bloom
   seized my lover with passion for that sweet body
   from which I was torn unshriven to my doom.
Love, which permits no loved one not to love,
   took me so strongly with delight in him
   that we are one in Hell, as we were above.
Love led us to one death. In the depths of Hell
   Caïna waits for him who took our lives.”
   This was the piteous tale they stopped to tell.[34]

Francesca further reports that she and Paolo yielded to their love when reading the story of the adultery between Lancelot and Guinevere in the Old French romance Lancelot du Lac. Francesca says, “Galeotto fu ‘l libro e chi lo scrisse.”[35] The word “Galeotto” means “pander” but is also the Italian term for Gallehaut, who acted as an intermediary between Lancelot and Guinevere, encouraging them on to love. John Ciardi renders line 137 as “That book, and he who wrote it, was a pander.”[36]Inspired by Dante, author Giovanni Boccaccio invoked the name Prencipe Galeotto in the alternative title to The Decameron, a 14th-century collection of novellas. The English poet John Keats, in his sonnet “On a Dream,” imagines what Dante does not give us, the point of view of Paolo:

...But to that second circle of sad hell,
Where ‘mid the gust, the whirlwind, and the flaw
Of rain and hailstones, lovers need not tell
Their sorrows. Pale were the sweet lips I saw,
Pale were the lips I kiss’d, and fair the form
I floated with, about that melancholy storm.[37]


As he did at the end of Canto V, Dante – overcome by pity and anguish – describes his swoon: “I fainted, as if I had met my death. / And then I fell as a dead body falls.”


FRANCESCA DA RIMINI EM A DIVINA COMÉDIA

Francesca da Rimini ou Francesca da Polenta (1255-ca.1285) era filha de Guido da Polenta, senhor de Ravena. Foi contemporânea de Dante Alighieri, que a retratou como personagem de A Divina Comédia.

Vida e morte

Filha de Guido I da Polenta de Ravena, Francesca casou-se por volta de 1275 com o valente Giovanni Malatesta (também chamado Gianciotto ou “Giovanni, o Coxo”), filho de Malatesta da Verucchio, senhor de Rimini. O casamento fora político: Guido estava em guerra com a família Malatesta, e o casamento de sua filha com Giovanni foi uma forma de selar a paz negociada entre as famílias Polenta e Malatesta. Em Rimini, ela se apaixonou por Paolo, irmão mais novo de Giovanni. Embora Paolo também fosse casado, conseguiram manter um relacionamento por cerca de dez anos, até Giovanni finalmente os surpreender no quarto de Francesca (em algum momento entre 1283 e 1286), matando os dois.

Inferno

No primeiro tomo da Divina Comédia, Dante e Virgílio encontram Francesca e seu amante Paolo no segundo círculo do Inferno, reservado à luxúria. Aqui, o casal está preso a um redemoinho eterno, condenados a girar, do mesmo modo como se deixaram levar pela sua paixão. Dante chama os amantes, que fazem uma pausa, e ele conversa com Francesca. Francesca declara alguns detalhes de sua vida e morte, e Dante, aparentemente familiarizado com a história, identifica-a corretamente pelo nome. Ele lhe pergunta o que os levou à condenação, e a história de Francesca é tão intensa que Dante desmaia tomado pela compaixão.

Recepção após Dante

Nos anos seguintes à interpretação de Francesca por Dante, surgiram lendas sobre Francesca. A principal foi apresentada pelo poeta Giovanni Boccaccio em seu comentário sobre A Divina Comédia, Esposizioni sopra la Comedia di Dante. Ele afirmou que Francesca fora enganada para se casar com Giovanni apresentando Paolo como procurador. Guido, temendo que Francesca não concordasse em se casar com Giovanni, o Coxo, teria enviado o belo Paolo no lugar dele. Apenas na manhã seguinte ao casamento, Francesca descobriu o engano. Esta versão, no entanto, não é verdadeira. Seria impossível Francesca desconhecer Giovanni e Paolo, e de saber que Paolo já era casado devido às relações entre as famílias. Além disso, Boccaccio nasceu em 1313, cerca de 27 anos após a morte de Francesca, e embora muitos comentaristas de Dante tenham repetido a versão de Boccaccio, nenhum mencionou este fato antes dele. No século XIX, a história de Paolo e Francesca inspirou inúmeras adaptações teatrais, operísticas e sinfônicas.

Segundo Círculo (Luxúria)

Neste círculo, Dante vê Semíramis, Dido, Cleópatra, Helena de Troia, Páris, Aquiles, Tristão, e muitos outros que foram dominados pelo amor carnal durante a vida. Dante se depara com Francesca da Rimini, que se casou com o deformado Giovanni Malatesta (também conhecido como “Gianciotto”), por razões políticas, mas se apaixonou pelo irmão mais novo, Paolo e passaram a viver um adultério. Em algum momento entre 1283 e 1286, Giovanni surpreendeu-os no quarto de Francesca e apunhalou-os violentamente. Francesca explica:

Amor, que nos corações mais gentis logo floresce
   tomou meu amante de paixão por este doce corpo
   do qual fui arrancada insaciada pelo meu destino.
Amor, que não deixa os amantes abandonarem seu amor,
   fez-me amá-lo com tanta força
   que nos unimos no Inferno, como vivemos acima.
O amor nos levou à mesma morte. Nas profundezas do Inferno,
   Caïna aguarda aquele que tirou nossas vidas.
   Esta foi a lamentável história que eles me contaram [34].

Francesca relata ainda que ela e Paolo cederam ao seu amor ao lerem a história de adultério entre Lancelot e Guinevere no antigo romance francês Lancelot du Lac. Francesca diz: “Galeotto fu l libro e chi lo scrisse”. [35] A palavra “Galeotto” significa “pander”, mas também é o termo italiano para Gallehaut, que atuou como um intermediário entre Lancelot e Guinevere, encorajando-os a amar. John Ciardi apresenta o verso 137 como “Aquele livro, e aquele que o escreveu, era um pander”. [36] Inspirado por Dante, o autor Giovanni Boccaccio invocou o nome Prencipe Galeotto no título alternativo de O Decamerão, uma série de contos do século XIV. O poeta inglês John Keats, em seu soneto “Sobre o sonho”, imagina o que Dante não nos dá, a visão de Paolo:

...Mas naquele segundo círculo do triste Inferno,
Onde, entre as rajadas, o redemoinho e a turba
De chuva e granizo, os amantes não precisam narrar
Suas tristezas. Pálidos eram os doces lábios que vi,
Pálidos eram os lábios que beijei, e belas as formas
Com que flutuei, naquela melancólica tempestade [37].

Como fez no final do Canto V, Dante – dominado pela compaixão e pela angústia – descreve seu desmaio: “Desmaiei, como se tivesse encontrado minha morte. / E então caí como um corpo morto cai”.



Francesca da Rimini ou O Beijo, de Rodin

The Kiss (in French, Le Baiser) is an 1889 marble sculpture by the French sculptor Auguste Rodin. The embracing couple depicted in t...